This is England, um filme de Shane Meadows
Este "post" é descaradamente copiado daqui. Obrigado, Crop Nº1.
De Inglaterra chega-nos esta pérola do cinema, a estrear em Abril, mas que pode ser apreciada desde já, com um bocadinho de paciência e procura na internet.
De Inglaterra chega-nos esta pérola do cinema, a estrear em Abril, mas que pode ser apreciada desde já, com um bocadinho de paciência e procura na internet.
This is England relata a história de um jovem de onze anos, na Inglaterra de 1983, que encontra num grupo de skinheads, liderados pelo caricato Woody, a família perfeita para contrabalançar a sua solidão, resultante da morte do pai na guerra das Falklands e do constante ataque dos seus colegas de escola à sua maneira de vestir (calças à boca-de-sino já não são toleradas).
O filme foi escrito e largamente influenciado pela experiência do realizador Shane Meadows, o que o torna um fiel retrato do país no virar da década de setenta para oitenta, um período difícil para os ingleses, encurralados entre uma guerra externa, nas Falklands, e uma guerra interna, caracterizada pelo crescente desemprego e uma visão cinzenta do futuro, sob a mão dura de Margaret Thatcher.
É neste ambiente desolador que Shaun, a personagem principal, nos é apresentada, após imagens de cubos mágicos, clips dos Duran Duran ou de O Justiceiro, acompanhadas pela música dos Toots & The Maytals.
Aos poucos, a sua convivência com o grupo de skinheads torna-se numa rica construção de identidade social, cultural e sexual. Shaun aprende a apreciar a roupa, a música, as miúdas, o companheirismo, tornando-se num verdadeiro skin.
Tudo corre bem por uns tempos até que surge Combo, após três anos de prisão, cheio de raiva, pronto a abraçar e divulgar os ideais racistas e nacionalistas dentro do grupo de Woody.
Combo provoca uma desintegração que vai ser uma prova-de-fogo não só para Shaun, mas para todos os envolvidos. Quando Combo pergunta a Milky, um dos skins do gang de Woody, de origem jamaicana, se ele se considera inglês ou jamaicano, todos nós nos devemos perguntar até que ponto o desejo de integração num grupo nos pode fazer esquecer as raízes.
Qualquer skin com mais de vinte e cinco anos vai conseguir encontrar referências de sobra à sua própria vivência nos anos oitenta (especialmente tendo em conta que certas coisas chegaram tardiamente a Portugal). Para os mais jovens, vejam com atenção, porque este filme retrata a verdadeira essência do que significa ser skinhead.
Fonte: Devotchka nº1
O filme foi escrito e largamente influenciado pela experiência do realizador Shane Meadows, o que o torna um fiel retrato do país no virar da década de setenta para oitenta, um período difícil para os ingleses, encurralados entre uma guerra externa, nas Falklands, e uma guerra interna, caracterizada pelo crescente desemprego e uma visão cinzenta do futuro, sob a mão dura de Margaret Thatcher.
É neste ambiente desolador que Shaun, a personagem principal, nos é apresentada, após imagens de cubos mágicos, clips dos Duran Duran ou de O Justiceiro, acompanhadas pela música dos Toots & The Maytals.
Aos poucos, a sua convivência com o grupo de skinheads torna-se numa rica construção de identidade social, cultural e sexual. Shaun aprende a apreciar a roupa, a música, as miúdas, o companheirismo, tornando-se num verdadeiro skin.
Tudo corre bem por uns tempos até que surge Combo, após três anos de prisão, cheio de raiva, pronto a abraçar e divulgar os ideais racistas e nacionalistas dentro do grupo de Woody.
Combo provoca uma desintegração que vai ser uma prova-de-fogo não só para Shaun, mas para todos os envolvidos. Quando Combo pergunta a Milky, um dos skins do gang de Woody, de origem jamaicana, se ele se considera inglês ou jamaicano, todos nós nos devemos perguntar até que ponto o desejo de integração num grupo nos pode fazer esquecer as raízes.
Qualquer skin com mais de vinte e cinco anos vai conseguir encontrar referências de sobra à sua própria vivência nos anos oitenta (especialmente tendo em conta que certas coisas chegaram tardiamente a Portugal). Para os mais jovens, vejam com atenção, porque este filme retrata a verdadeira essência do que significa ser skinhead.
Fonte: Devotchka nº1
1 Comments:
Sem dúvida Cláudia... Um grande filme! Vim parar ao teu blog completamente por acaso, estava à procura de imagens das personagens do filme. Este filme demonstra duas coisas, na minha opinião.
- Primeiro: O cinema britânico, apesar de um pequeno volume anual de produções, apresenta obras de grande qualidade (como o "This is England")
- Segundo: O filme é crú e retrata com frieza a situação vivida nos finais de 70 e início de 80 num país que conheço. Um país violento, criador de modas e paixões, agressivo, tenso e enérgico.
Quando aparece um indivíduo negro no meio de skins ficamos um bocado desorientados. O Milky aparentemente não se enquadra no grupo. Só depois percebemos. E entendemos depois de ver o filme e com algumas leituras na net que o movimento skinhead nada tinha no começo a ver com racismo. Era apenas grupo de pessoas sub urbanas vítimas do sobrecrescimento das grandes cidades britânicas e que por sinal escutavam Reggae do mais puro que havia. E até criatam o Skinhead Reggae. Com o tempo as tensões com as grandes comunidades jamaicanas surgiram e muitos racistas aderiram à moda de vestir Skinhead.
Hoje em dia até existe o SHARP (Skiheads Against Racial Pratice cujo objectivo é recuperar alguma decência no movimento que se encontra dividido há muitos anos).
Cumprimentos e felicidades
Enviar um comentário
<< Home